
Perguntavam-me, há umas horas atrás, o porquê desta sua demissão. Birrice? Querer dar nas vistas?
Alberto João Jardim é, por vontade alheia, expressa em votos, o garante do dia-a-dia e, neste caso, do futuro, da Madeira. Foi eleito, há dois anos e meio, com maioria absoluta, com base num programa eleitoral, exequível, que previa os habituais fundos europeus e nacionais. O actual governo resolveu alterar as regras. Bem ou mal, Alberto João Jardim deixará de contar com os dinheiros que previa e, inevitavelmente, com a capacidade financeira para executar algumas das suas propostas eleitorais. Jogo baixo, talvez, este de alterar as regras do jogo não participando nele. Mas, sobre Sócrates, um blogue inteiro não chegava para a análise de incoerências.
Alberto João Jardim fez bem, a meu ver, em abdicar do seu mandato. Candidatou-se, há dois anos e meio, com um programa eleitoral, para quatro anos, que previa determinados fundos. O governo central, egocentricamente, cortou-lhos. Urge fazer um novo programa, menos audaz. Urge fazer um novo programa adequado às novas imposições do continente.
Mais modesto, o novo programa eleitoral, a ser votado daqui a dois ou três meses, será bem mais real. E adaptado à realidade vigente.
A posteriori - Os Açores, que Sócrates queria salvaguardados por governados por socialistas, sofrem, a prazo, com a lei aprovada. Alberto João Jardim, por sapiente e experiente, dá a bofetada de luva branca a Sócrates.
A má gestão política acaba, inevitavelmente, nisto. Ganham-se referendos (não políticos e mal politizados), e perdem-se votantes (onde as aspirações socialistas começavam a crescer)...
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ADENDA - Publicado, originalmente, aqui.