segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Pena Capital

A recente aplicação da Pena de Morte a Saddam Hussein, mais do que aos outros co-réus, pela brutalidade das imagens que chegaram a público, voltou a relançar a polémica acerca desta sentença.
Não sou a favor da Pena de Morte, mais por achar que quem faz sofrer deve, também, sofrer (portanto, com vida), menos, mas também, por entender que, de facto, nenhum ser humano pode ter o controle sobre a morte de um outro ser humano.

Mapa de países com pena de morte
(Fonte: Wikipédia)

Aquilo que mais questiono, no entanto, é o facto de o coro de vozes que agora se levanta em defesa de Saddam Hussein, assistir, silenciosamente, ao longo dos anos, à aplicação desta mesma sentença em vários países (muitos tidos como democráticos) a pessoas com muito menos crimes no cadastro. Mais ainda, o facto de alguns países muçulmanos se terem mostrado ofendidos quando esta punição é legal em todos eles. Ou o facto de a própria Europa, agora em protesto colectivo, pela voz de Durão Barroso, manter um acomodado silêncio em relação a muitos aliados e parceiros comerciais que são a favor (e praticam) da Pena Capital.
Aquilo que estes protestos acabam por dar a entender é que um ditador sanguinário não pode ser executado, ao contrário de um qualquer cidadão homicida, por exemplo, na maioria do território mundial. E, depois, com toda a desfaçatez, fala-se de bom senso.

1 comentário:

Ricardo Alves disse...

A forma como foi conduzido todo este processo provocou, em parte, esta reacção. Aquilo que há uns anos atrás parecia impensável, é hoje realidade, e o mundo sente compaixão por Saddam. Tudo o resto é aproveitamento político.

ps: gosto deste novo Verbeteiro :)